Tendências e novas metodologias de gestão, como a cultura ágil, podem ser a chave para continuar o desenvolvimento profissional. As formas de gerir já não são mais as mesmas, e os profissionais que dominam ferramentas atualizadas terão mais chances de agregar valor aos negócios.
Práticas antigas, como o microgerenciamento, encontram cada vez mais resistência para serem bem-sucedidas. Alterações constantes de cenário, necessidade de manter os talentos na empresa, preocupação com saúde dos colaboradores são alguns dos desafios mais recentes, que levam os gestores a mudarem suas atitudes.
Hoje, os gestores precisam inovar com metodologias pensando em resultados. Além disso, devem criar um ambiente corporativo de bem-estar, liberdade e funcionalidade. Continue a leitura e entenda o papel da cultura ágil nessa transformação!
O que é cultura ágil?
A agile culture ou cultura ágil é um sistema de valores, normas e crenças com origem no desenvolvimento de software. Seus fundamentos estão no Agile Manifesto de 2001:
- indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;
- software em funcionamento mais que documentação abrangente;
- colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;
- responder a mudanças mais que seguir um plano.
Esses norteadores ultrapassaram os limites do desenvolvimento de software. Com o tempo, o próprio modo de ser das empresas começou a ser questionado, o que ocasionou o surgimento da cultura ágil.
Podemos identificar as características da agile culture a partir dos princípios do manifesto, que são desdobramentos dos fundamentos:
- foco na satisfação do cliente e em entregas contínuas;
- abertura às mudanças e busca por tirar vantagem competitiva delas;
- busca por reduzir o tempo nas entregas das soluções;
- cooperação diária entre os profissionais de negócios e os perfis técnicos;
- ambientes de trabalho com suporte e confiança necessários para manter os talentos motivados;
- comunicações realizadas de forma interpessoal (face à face);
- desenvolvimento realizado em cima de soluções em funcionamento;
- adoção de processos mais ágeis e manutenção de um ritmo constante de trabalho;
- excelência técnica e bom design como promotores da agilidade;
- simplificação do trabalho, eliminando esforços inúteis ou pouco efetivos;
- equipes auto organizáveis com mais poderes e autonomia para criar melhorias;
- intervalos regulares para reflexão e revisão dos comportamentos.
Há uma lista de melhorias que podem ser implementadas na gestão de equipes, departamentos ou organizações como um todo. Nem sempre será possível transformar radicalmente o local e adotar todas as práticas, tampouco todos os contextos de negócios pedem isso.
O mais importante é conhecer a cultura ágil e avaliar quais elementos podem contribuir conforme o cenário enfrentado. Assim como acontece com os estilos de liderança, não há uma única resposta para todas as situações, e sim a necessidade de dominar as estratégias para aplicá-las quando a situação pedir.
Como aplicar a cultura ágil?
A cultura ágil ganha vida nos ambientes de trabalho via aplicação de práticas e ferramentas, mais adequados aos seus fundamentos e princípios. São diversos os exemplos, mas podemos apontar alguns deles.
Kanban
O Kanban é uma metodologia em que o fluxo de trabalho é colocado em quadros, dando total visibilidade ao que está sendo feito. Um exemplo é dividir o trabalho em “fazer” para tarefas pendentes, “fazendo” para as ações em andamento e “feito” para as finalizadas, movendo as atividades entre as colunas conforme o estágio.
Lean
O Lean é uma metodologia com berço no Sistema Toyota de Produção. Simplificando, seu propósito é criar uma estrutura enxuta, mapeando as atividades que não geram valor agregado suficiente para serem eliminadas ou restringidas.
Em alguns pontos, o Lean está conectado ao Kanban. Como o Kanban dá visibilidade para as atividades, conseguimos enxergar quais tarefas realmente são essenciais para os processos.
Smart
Por sua vez, a metodologia Smart contribui com critérios para elaboração de metas mais consistentes, motivadoras e engajantes.
Entre os requisitos, as metas devem ser específicas (specific), mensuráveis, (measurable), atingíveis (attainable), relevantes (relevant) e com prazo (time-bound).
Scrum
O Scrum é uma metodologia de trabalho para o desenvolvimento de soluções. Em resumo, existe uma lista geral de funcionalidades (pendentes e desenvolvidas), e as tarefas a serem executadas são destacadas desse conjunto para serem trabalhadas em um ciclo curto de atividades, chamado de sprint.
Ao final da sprint, o resultado obtido é avaliado e ocorre o retorno para a lista geral (backlog), esperando-se que tenha havido o desenvolvimento. Há também funções, regras, reuniões previstas e etapas dentro do método, que vão promover esse crescimento incremental da solução.
Quais são os benefícios da cultura ágil?
Implementar a cultura ágil no contexto certo resulta em inúmeros benefícios, que tornam o trabalho das equipes mais eficiente e produtivo. É uma excelente medida para o gestor transformar sua área e, assim, ganhar mais destaque na carreira. Confira as principais vantagens.
Versatilidade
A cultura ágil se relaciona de forma mais saudável com as mudanças, que são enxergadas como oportunidades para gerar vantagens competitivas.
Autonomia
As equipes de trabalho contam com mais poderes de decisão sobre suas tarefas e responsabilidades, trabalhando de forma colaborativa com clientes e gestores.
Comunicação horizontal
A comunicação é mais direta, rompendo com hierarquias e burocracias, que apenas criam obstáculos para a troca de informações.
Feedback
As soluções são melhoradas em funcionamento. Assim, o feedback oferecido pelos destinatários do produto ou serviço é constantemente coletado e considerado para que as entregas evoluam.
Processos mais rápidos
A metodologia ágil orienta os gestores na criação de processos mais simples, com menos burocracia e excelente fluxo de informações.
Redução de custos
Por fim, a agile culture está relacionada a estruturas mais enxutas de trabalho. Ademais, a experimentação auxilia a redução de despesas, pois as soluções são testadas em versões mais simples antes de receberem aportes maiores.
Como implementar a cultura ágil?
A cultura ágil é um campo rico de estudos e deve ser um tópico presente no lifelong learning do gestor. Além de fundamentos e princípios, existem diversas ferramentas de gestão que se apoiam nos conceitos apresentados, e as que apontamos anteriormente são apenas alguns exemplos.
Para aderir ao sistema, é importante trabalhar com metas compatíveis. O gestor deve entender quais são as principais insatisfações e necessidades da equipe, propondo mudanças que possam ser absorvidas.
Além disso, o líder terá de promover os métodos ágeis internamente. É um caminho que, sem dúvidas, vai tirar a equipe da zona de conforto, e quase sempre haverá resistência interna. Por isso, é indispensável trabalhar a comunicação, fazendo as pessoas enxergarem as possíveis melhorias, que justificam a mudança.
As equipes também vão precisar de capacitação profissional. Há diversos métodos de trabalho e ferramentas para serem aprendidas. Por isso, é natural que surjam lacunas de competência nessa transição, que podem ser satisfeitas em capacitações.
O ponto de partida, no entanto, é o gestor estudar a cultura ágil de forma profunda. É preciso entender não apenas os princípios, fundamentos e ferramentas, mas saber julgar as circunstâncias em que eles devem ser aplicados.
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Assim, os gestores conseguem o conhecimento necessário e uma série de insights para destravar a próxima etapa em seu desenvolvimento de carreira.
Manter-se atualizado sobre as tendências de gestão é essencial para o desenvolvimento de carreira, dos cargos iniciais até os mais elevados. Com o aprendizado contínuo, renovamos nossas práticas e encontramos soluções para agregar valor aos negócios. E hoje, a cultura ágil é um desses conhecimentos indispensáveis.
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