Como evitar o Efeito Halo na gestão de uma empresa

O entendimento do que é efeito Halo é fundamental para uma boa gestão empresarial. Graças a isso, é possível ir além de análises superficiais e explorar o máximo do que uma equipe tem a oferecer.

A realidade é que quando se concentram apenas na análise de resultados, acaba sendo natural que as empresas percam oportunidades. Assim, elas não conseguem promover melhorias e inovar.

É preciso ir além, considerando as diversas variáveis que permitem ao indivíduo executar suas tarefas. É sobre esse tema que trataremos agora. Saiba o que é efeito Halo, como lidar com ele e usar em favor da sua empresa.

O que é o efeito Halo?

O Efeito Halo aparece quando alguém tira conclusões precipitadas a respeito de outra pessoa. E isso tem origem na interpretação de uma característica em específico. Para entender melhor: é quando alguém identifica uma característica em outra pessoa e automaticamente associa esse indivíduo a uma ideia preconcebida.

Esse efeito é muito comum no dia a dia das pessoas. Mas, quando ele acontece em um meio empresarial, o estereótipo se torna especialmente problemático. O motivo é simples: ele faz com que um profissional julgue a capacidade do outro de maneira injusta. Logo, a tendência é que isso gere problemas de relacionamento e desempenho.

Quando existe um processo de avaliação, como uma entrevista de emprego, é ainda mais delicado. Neste caso, a seleção pode ser comprometida simplesmente porque o avaliador deixou suas impressões mais superficiais atrapalharem a análise do candidato.

A origem do efeito Halo

Quem criou esse conceito foi o psicólogo Edward Thorndike. No contexto da Primeira Guerra Mundial, ele pensou em meios para identificar com maior facilidade os atributos necessários nos militares. 

Na época, as lideranças avaliavam os soldados de acordo com suas características. Eles procuravam correlação entre elementos como físico bom e liderança, inteligência e personalidade, entre outras qualidades que permitissem a eles atribuir melhor as tarefas por atividade.

E foi assim que perceberam que naquele contexto havia correspondência entre um atributo e outras características. Em resumo, eles perceberam que a identificação óbvia de uma característica muito positiva mostrava grandes chances de outras características positivas também aparecerem.

Interessante notar que Thorndike buscava especialmente a correlação entre aparência e capacidade, algo que naquele momento em especial permitiria simplificar as associações. Foi então que surgiu o efeito Halo — o entendimento de que é possível se fazer uma projeção a respeito de alguém a partir de julgamentos sobre algo muito específico. 

O problema é que, dependendo do contexto, esse efeito pode ser a origem de um erro grave de avaliação pessoal. Para entender melhor: o efeito Halo é um bug mental. É como se houvesse um gatilho na cabeça das pessoas que, quando acionado, fizesse que pensassem que uma parte representa o todo.

Voltando para os processos de recrutamento e seleção, o grande problema do efeito Halo é influenciar negativamente nas avaliações. Conclusões erradas em relação ao indivíduo do ponto de vista pessoal podem comprometer o julgamento profissional.

Entender esse desafio é a chave para que as escolhas sejam efetuadas com critérios. E que os julgamentos preexistentes não tornem as primeiras impressões determinantes para avaliações.

Como evitar que o efeito Halo impacte na avaliação dos colaboradores?

Confira dicas práticas do que pode ser feito para evitar que o efeito Halo se torne uma dor de cabeça para a sua empresa.

Analise todas as variáveis do processo

É importante evitar que o efeito Halo comprometa a seleção de novos colaboradores. E mesmo a avaliação dos profissionais que já atuam na sua empresa. Para tanto, uma boa dica é trabalhar para que as impressões sobre características pessoais não se sobreponham às conclusões sobre as características técnicas.

E isso pode ser feito a partir de uma simples divisão na análise dessas categorias. Assim a avaliação técnica pode ser dividida em tópicos com cada exigência sendo considerada em função do que realmente representa.

Conte com bons gestores

De qualquer forma, a ação dos gestores é essencial em relação a isso. São eles que vão conduzir os processos de modo que o efeito Halo e outras impressões superficiais não sejam preponderantes na avaliação da equipe.

Por isso é importante contar com profissionais especializados e bem treinados para sua atuação. E isso depende do trabalho com dados e informações atualizadas na base para a tomada de decisão.

Especialistas precisam ser capazes de lidar com relatórios onde as habilidades, competências e falhas apareçam exatamente como são. Somente assim será possível avaliar as chances de evolução profissional e atingir resultados dentro do esperado.

Nesse sentido, tanto a autoavaliação quanto a avaliação da equipe são preponderantes para o sucesso do processo.

Dê espaço de fala para os colaboradores

Ter uma política de feedbacks pode ser o que uma empresa precisa para de fato qualificar o desempenho da equipe. É preciso ouvir o que os colaboradores têm para dizer e em função disso levantar informações sobre o processo.

Uma dica é trabalhar com a técnica dos 3 porquês. Ela costuma ser muito útil em grandes organizações internacionais.

Para aplicá-la basta questionar o colaborador sobre algum problema e se aprofundar nessa análise. Ao menos 3 vezes. A ideia é tentar entender os motivos mais profundos desse problema.

Conscientize sua equipe sobre a imagem corporativa

É importante também que a empresa crie uma imagem corporativa sólida a ser seguida pelos funcionários. Esse padrão costuma ser muito útil para projetos de maior envergadura. O motivo é que ele gera consciência a respeito de como é preciso se comportar. Consequentemente, os próprios funcionários, novos ou antigos, passam a se esforçar para alcançar o padrão.

Dessa forma, a tendência é que o efeito Halo seja amenizado, ainda que não exista garantia de que isso o anulará. É nesse sentido que a definição clara e a divulgação de missão, visão e valores pode ajudar.

Como usar em favor da empresa?

É preciso ter uma política clara a respeito de como conduzir os processos mais importantes. O Efeito Halo pode ser entendido como uma consequência de um despreparo. E ele parte de quem deve contratar e orientar a equipe no dia a dia.

Por isso, um caminho para lidar com esse problema é detalhar com maior precisão os processos a serem seguidos. Além disso, investir em treinamento e capacitação. Assim é possível mapear aquilo que precisa ser observado, considerando questões pessoais e profissionais. 

Contando com profissionais experientes e qualificados e conscientizando a equipe em relação ao que mais importa, a tendência é que o efeito Halo apareça com menor incidência. E que, quando aparecer, seja mais facilmente identificado.

Perfil de empresas que praticam o efeito Halo

É comum que empresas onde esse problema aparece com frequência sofram com análises mais rasas das variáveis que afetam o seu dia a dia.

Assim, entre outros exemplos, podemos citar:

  • Quando um talento em potencial não é identificado na entrevista;
  • Quando uma contratação é feita baseada em uma primeira impressão equivocada;
  • Quando um profissional não evolui na empresa porque seu perfil não é devidamente compreendido;
  • Quando a empresa está sempre contratando novos quadros sem identificar talentos internamente.

Uma dica é observar a incidência desse tipo de problema no seu negócio. Quando ele é recorrente, existe uma possibilidade real de o Efeito Halo estar prejudicando o desempenho da equipe.

O ideal, então, é repensar os processos, mapeá-los e investir em treinamentos e orientação. Assim, a tendência é que o Efeito Halo, bem como outros problemas que surgem em consequência de uma análise superficial, não apareçam com frequência no dia a dia.

Em resumo, o Efeito Halo é um problema difícil, mas que pode ser evitado. Confira também “Como deve ser um ambiente de trabalho moderno? Saiba como mudar o seu!”.

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